domingo, 26 de outubro de 2008

Plano do sapato!

No primeiro post sobre a arte eu comentei que é dever da arte saber que nem sempre tudo que é planejado entra em cena. Alguns detalhes tão imaginados e adorados às vezes não ganham o merecido destaque, e na pior das hipóteses, nem mesmo aparecem. No primeiro dia de gravações do Haller aconteceu um caso que vale a pena comentar.

Uma semana antes das gravações nós fizemos alguns ensaios nas locações, um deles se passava em um escritório, e a primeira coisa que pensei quando vi o local foi "mas como eu vou fazer esse lugar entrar na proposta de arte?". Para a minha alegria e de toda a equipe, a produção de arte conseguiu um patrocínio com uma papelaria e conseguimos muitos objetos cenas para todas as seqüências, mas ainda estava faltando alguma coisa para completar todo o quadro, então pensei, pensei e pensei até que tive a idéia de um pequeno vaso de flores, para aparecer em todas as seqüências dessa locação. Perguntei para a Raissa umas trinta e sete vezes se ela achava que rolava ou não, até que por cansaço (acredito eu) a convenci de que iria ser legal colocar o tal vasinho. Na sexta, véspera de gravação, coloquei na lista das n coisas a serem feitas a compra de vasinhos para serem colocados em cena, e todos eles pareceram se encaixar perfeitamente no contexto geral das seqüências.

Chegamos então no dia de gravação. Primeira seqüência, vaso ok. Segunda seqüência, vaso ok. Terceira seqüência... ah! Mas não mostrou o vaso... Fiquei por um momento triste, mas logo me lembrei que não devemos cobrar "planos dos sapatos" e que deveria desencanar desses pequenos detalhes. Mas não tem problema, são acontecimentos infelizes com os quais devemos aprender a lidar. O que importa é que o conjunto da obra das seqüências ficou lindo, ficou perfeito.

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